Definitivamente, o cardápio vegano ganhou espaço de destaque na estratégia de muitos restaurantes. No Brasil, cada vez mais pessoas adotam uma alimentação livre de produtos de origem animal, impulsionando um mercado que cresce ano a ano e transforma a maneira como os estabelecimentos planejam seus menus.
Prova disso é o Dia do Veganismo, celebrado em 1º de novembro, data que reforça a importância de oferecer opções inclusivas e saborosas. Isso porque o público está com o olhar atento à saúde, ao bem-estar e à sustentabilidade.
Para os empresários do setor, adaptar o menu a esse novo perfil de consumidor é mais do que uma exigência: é uma oportunidade de ampliar a clientela, inovar nos pratos e se posicionar como um estabelecimento alinhado com as demandas contemporâneas.
Um cardápio vegano bem estruturado não agrada apenas aos cerca de 15 milhões de veganos do Brasil, mas também aos vegetarianos, flexitarianos e curiosos em busca de experiências gastronômicas criativas e memoráveis.
O que é veganismo e como ele se diferencia de outros estilos alimentares?
Antes de montar um cardápio vegano, é fundamental compreender os conceitos que envolvem esse tipo de alimentação. Cada estilo tem características próprias e conhecer essas diferenças ajuda a criar opções mais inclusivas e atrativas para o público.
Veganismo
- Mais do que uma dieta, é um estilo de vida que busca excluir, na medida do possível, qualquer forma de exploração animal.
- Na alimentação, isso significa eliminar completamente carne, peixe, frango, laticínios, ovos, mel e qualquer ingrediente de origem animal.
- O veganismo também se estende a outros aspectos, como evitar roupas, cosméticos e produtos testados ou feitos com componentes de origem animal.
Vegetarianismo
O vegetarianismo foca apenas na alimentação excluindo carnes e peixes, mas pode permitir outros produtos de origem animal, dependendo da vertente:
- Ovolactovegetariano: consome ovos e laticínios.
- Ovovegetariano: consome apenas ovos.
- Lactovegetariano: consome apenas laticínios.
Flexitarianismo
- Representa um público em transição, que prioriza refeições à base de vegetais, mas consome carnes ou produtos de origem animal ocasionalmente.
- É um perfil cada vez mais comum, que busca reduzir o consumo de carne sem eliminar completamente esses alimentos da dieta.
Conhecer essas diferenças permite que os restaurantes ofereçam opções mais inclusivas, atendendo tanto quem adota o veganismo por questões éticas e ambientais, quanto quem busca apenas reduzir o consumo de produtos de origem animal e experimentar novos sabores.
Plant-based: a alimentação à base de plantas que conquista paladares

Outro conceito que vem ganhando espaço no mercado gastronômico é o plant-based. Embora esteja ligado ao veganismo, possui particularidades importantes.
A expressão significa literalmente “à base de plantas” e foca em uma alimentação composta principalmente ou totalmente por ingredientes vegetais, como frutas, verduras, legumes, grãos, sementes e oleaginosas.
Aqui estão alguns pontos que ajudam a entender esse conceito:
Origem do movimento
- Surgiu com enfoque na saúde e no bem-estar, destacando os benefícios de uma dieta rica em vegetais para prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida.
- Diferente do veganismo, o plant-based não é necessariamente uma filosofia de vida, mas uma escolha alimentar.
Dieta flexível
- Quem adota o plant-based pode consumir eventualmente produtos de origem animal, como mel ou laticínios, desde que a base da alimentação seja vegetal.
- Essa flexibilidade o torna mais acessível para quem deseja reduzir o consumo de carne, mas ainda não está pronto para eliminá-la totalmente.
Relevância para restaurantes
- Pratos plant-based atraem veganos, vegetarianos, flexitarianos e consumidores que buscam refeições mais saudáveis, sem abrir mão do sabor.
- É uma forma de ampliar o cardápio com opções versáteis e criativas, aproveitando ingredientes frescos e valorizando a culinária sazonal.
Ao incluir opções plant-based no cardápio vegano, o restaurante consegue diversificar a oferta, conquistar novos clientes e acompanhar uma tendência que já é forte no Brasil e no mundo.
Leia mais: Gastronomia sustentável: entenda o que é e como funciona
Dia do Veganismo: a data que celebra um movimento em expansão
O Dia Mundial do Veganismo surgiu em 1994 e é comemorado em 1º de novembro. A data foi criada por Louise Wallis, então presidente da The Vegan Society, para comemorar o 50º aniversário da fundação da organização e da criação do termo “vegano”.
A data foi criada em novembro de 1944 em Londres, por Donald Watson e outros membros que buscavam uma forma de vida que excluísse a exploração animal em todos os aspectos. O objetivo era aproveitar o momento para divulgar os benefícios do veganismo, incentivar a reflexão sobre consumo consciente e promover práticas mais sustentáveis.
No Brasil, o dia vem ganhando cada vez mais visibilidade, impulsionado pelo crescimento do público vegano e pela demanda por cardápios veganos em restaurantes, bares e cafés.
Para os estabelecimentos, é a ocasião perfeita para apresentar novos pratos e destacar opções já existentes. Além disso, é uma oportunidade para criar ações especiais que aproximem a marca de um público atento à saúde, ao meio ambiente e ao bem-estar animal.
Como montar um cardápio vegano atraente e bem estruturado
Criar um cardápio vegano vai muito além de simplesmente retirar ingredientes de origem animal: é preciso pensar em sabor, variedade, equilíbrio nutricional e experiência gastronômica.
Um menu bem planejado conquista veganos, vegetarianos, flexitarianos e até quem apenas busca refeições criativas e saudáveis. Confira algumas orientações práticas:
Valorize ingredientes vegetais variados
- Baseie os pratos em legumes, verduras, grãos, sementes, castanhas e leguminosas (grão-de-bico, lentilha, feijão, edamame).
- Aposte em proteínas vegetais como tofu, tempeh, seitan e cogumelos, que garantem textura e sabor.
Explore técnicas culinárias
- Marinar, defumar, assar ou grelhar intensifica os sabores e cria pratos mais sofisticados.
- Molhos bem temperados e caldos vegetais encorpados elevam a experiência.
Reinterprete receitas clássicas:
- Hambúrgueres, pizzas, massas e sobremesas podem ser adaptados com substitutos vegetais (leite de castanha, creme de coco, queijos veganos).
- Inclua versões criativas de pratos regionais, respeitando a cultura local.
Capriche na apresentação
- O apelo visual é essencial para encantar clientes. Use cores vibrantes e combinações harmônicas no prato.
- Invista em louças e mobiliário que reforcem a proposta de conforto e acolhimento, criando uma atmosfera convidativa — aqui entram as soluções da Franco Bachot, que unem design e ergonomia para tornar cada refeição ainda mais especial.
Comunique com clareza
- Indique no menu os pratos que são 100% veganos e destaque ingredientes-chave.
- Ofereça explicações breves sobre proteínas vegetais ou ingredientes menos conhecidos, ajudando os clientes a escolherem com confiança.
Leia também: 7 dicas para abrir um restaurante vegano de sucesso
O prato vegano mais consumido no Brasil

De acordo com levantamento da Unilever Food Solutions, o hambúrguer vegano é o prato de comida vegana mais pedido nos restaurantes brasileiros.
A popularidade desse preparo se deve à combinação de sabor, textura e versatilidade: uma opção saudável e acessível, que agrada não apenas aos veganos, mas também a quem busca alternativas sem carne para diversificar a alimentação.
Receita de hambúrguer de lentilha (5 porções)
Uma das versões mais queridas é o hambúrguer de lentilha, fácil de preparar e rico em proteínas vegetais. Confira os ingredientes e modo de preparo:
| Ingrediente | Quantidade |
| Lentilha crua | 1 xícara (chá) |
| Água | 4 xícaras (chá) |
| Alho picado | 1 dente grande |
| Cebola picada | ½ xícara (chá) |
| Cheiro-verde picado | ½ xícara (chá) |
| Azeite | 1 colher (sopa) |
| Sal (preferência pelo sal rosa) | 1 colher (chá) ou a gosto |
| Cominho em pó | A gosto |
| Farinha de arroz integral | Cerca de ½ xícara (chá) |
| Farelo de aveia | ½ xícara (chá) |
Modo de preparo
- Cozinhe a lentilha em água até ficar macia e escorra o excesso.
- Em uma frigideira, refogue o alho e a cebola no azeite até dourarem.
- Em um processador, triture a lentilha cozida, o refogado, o cheiro-verde, o sal e o cominho até obter uma massa consistente.
- Acrescente a farinha de arroz e o farelo de aveia aos poucos, misturando até dar liga.
- Modele os hambúrgueres e grelhe em frigideira untada ou asse em forno médio por cerca de 20 minutos, virando na metade do tempo.
Esse hambúrguer é versátil: pode ser servido no pão integral com salada fresca, acompanhado de legumes grelhados ou até como recheio de wraps e tortilhas.
Cardápio vegano: um caminho para inovação e fidelização
Implementar um cardápio vegano é muito mais do que seguir uma tendência: trata-se de atender a um público crescente, engajado e cada vez mais exigente com a qualidade da alimentação.
Ao conhecer a história do movimento, explorar pratos populares e investir em uma experiência gastronômica acolhedora, seu restaurante demonstra respeito, inovação e visão de futuro.
Com planejamento, criatividade e ingredientes bem selecionados, é possível encantar clientes veganos e também aqueles que apenas desejam experimentar uma refeição saborosa, saudável e sem ingredientes de origem animal.
Neste Dia Mundial do Veganismo, aproveite para reforçar o compromisso do seu restaurante com a diversidade alimentar, ampliando seu alcance, conquistando novos públicos e consolidando sua marca em um mercado que não para de crescer.
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